quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Data Center e o consumo de energia

Espero que esteja tudo bem com vocês.

Faz algum tempo que há um grande dilema no mundo da tecnologia e telecomunicações com relação ao consumo de energia para atendimento de Data Centeres, seja para serviços de internet, seja para sistemas corporativos.

A tecnologia privilegiou a compactação de hardware permitindo que os servidores realizem muito mais processamento e com capacidade de armazenamento maior em gabinetes cada vez menores. Para laptops, computadores pessoais e até handhelds ou smartphones este desenvolvimento tecnológico ajuda muito, principalmente pala mobilidade da tecnologia, já que equipamentos menores e mais poderosos estão mudando nossa relação com a tecnologia e a conectividade.

Mas a perversidade da tecnologia que ajuda pode prejudicar quando se trata de grandes processamentos. Imagine um Data Center, repleto de racks cheios de servidores. Agora imagine estes servidores de grande capacidade de processamento e compactos. O data Center além de segurança deve possuir alta disponibilidade de infra-estrutura, incluindo energia e climatização – este é o principal conceito de Data Center.

Os servidores compactos geram o que chamamos de alta densidade de energia e dissipação térmica dentro de Data Centeres. Isto significa maior concentração de energia por rack. Para se ter uma idéia, no início desta década um rack (que ocupa menos de 1 metro quadrado de piso e pouco mais de 2 metros de altura) era considerado de alta densidade quando todos os servidores dentro dele instalados consumiam 3kW (quilo Watts) de potência. Hoje já falamos em racks com consumo de 30kW de potência.

Prover energia estabilizada não é o maior problema, tendo em vista que os sistemas de energia ininterruptos sofrem também uma evolução tecnológica tanto nos equipamentos UPS (No Break para os brasileiros) quanto nas baterias diminuindo os espaços ocupados pelos mesmos. O maior problema é climatizar ambientes com uma densidade de dissipação térmica como esta. Existem muitas soluções de equipamentos de ar condicionado que atendem grandes densidades, só que estou falando de eficiência.

A compactação de servidores está economizando espaço em Data Centeres que é o insumo mais barato do que a energia elétrica e os gastos com investimentos em equipamentos de ar condicionado e energia. Há um agravante ao problema quando vamos para os conceitos de disponibilidade da norma TIA-942 quando são projetados sistemas de energia redundantes deixando o consumo efetivo das cargas nestes equipamentos em cerca de apenas 30%. Nestes níveis de carga baixa, as UPS costumam ter rendimento baixo, consumindo ainda mais energia por kW disponibilizado.

O mesmo conceito de alta disponibilidade é aplicado aos servidores. Quando falamos de servidores de sistemas corporativos importantes, não há solução de curto a médio prazo. Agora quando falamos de serviços de internet, a coisa muda de figura. A Microsoft, por exemplo, já anunciou que irá desligar parte dos servidores dedicados os serviço Messenger. Segundo estudo realizado, mesmo quando estão em stand-by os servidores têm alto consumo de energia. Como a maioria dos usuários fica muitas horas logado ao serviço, mas mandando poucas mensagens, desligando servidores será possível otimizar o uso.

A missão agora é alinhar o desenvolvimento tecnológico com a eficiência energética dos servidores e adotar medidas que aparentemente pode vir a tornar as redes mais lentas, porém mais eficientes. No Brasil e em boa parte do mundo, ainda há alternativa de geração de energia através de fontes com baixo impacto ambiental, mas isso é assunto para um próximo post que estou preparando.

Até mais.

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